O grande investidor Warren Buffett, brilhantemente disse uma vez “Investir é simples, mas não é fácil”. Desconfio que quando ele disse “simples” ele estava pensando em duas variáveis principalmente:
A primeira, na minha opinião, não tão simples assim nos dias de hoje. Tomar poucas e boas decisões de investimentos ao longo da vida, comprando ativos financeiros lastreados em negócios vencedores, previsíveis e fáceis de entender. A Berkshire (empresa de Buffett) continua fazendo isso brilhantemente, mas temos que admitir que a velocidade da tecnologia e uma década de abundância de liquidez nos mercados bagunçaram um pouco este baralho.
A segunda, no entanto, é matematicamente muito simples de entender, mas psicologicamente dificílimo de executar. Estou falando dos retornos compostos (retornos sobre retornos ou juros sobre juros). Como gestores e guardiões do patrimônio financeiro de diversas famílias, lidamos com este conceito no dia a dia. São muitos frequentes, principalmente nos últimos anos, conversas que focam muito na “fotografia” atual (curto prazo), mas não no ‘filme” como um todo (longo prazo).
Retornos compostos são mágicos, quase milagrosos. Por exemplo, um retorno de 15% em um ano pode parecer pouco para alguns, mas multiplicar seu patrimônio por 4 em uma década ou por 16 em duas décadas é outra história – “basta” repetir este retorno médio de 15% ao ano ao longo do tempo!
Na vida real, no entanto, a história é outra. Aqui na Amazônia é rotineiro termos conversas com nossos clientes para trazê-los de volta para o conceito dos retornos compostos. Como o Buffett falou, o conceito é simples, mas a execução pede muita cabeça no lugar e paciência. Todo ano tem aquela ação que explodiu, a cripto da moda ou o gestor brilhante que não está na sua carteira. Isso é normal e sempre será assim….o importante é ter um plano de voo bem definido, com uma carteira diversificada em ativos compreensíveis e previsíveis.
Outro ponto importante, quando se faz um plano de investimentos para uma vida (que contempla décadas pela frente), é uma certeza quase absoluta que haverá alguns pares de anos ruins e que, por vezes, colocarão alguns pontos de interrogação. São estes momentos que mais nos desafiam como gestores de patrimônio e investidores.
Por fim, e trazendo para um exemplo real, o fundo de ações da Dynamo é um dos mais longevos e bem sucedidos fundos do Brasil e mundo. Mas observem este gráfico dos seus drawdowns* históricos:
*O drawdown é um indicador que mostra o percentual da queda do preço de um ativo em relação à sua cotação máxima.
O feliz investidor que ficou firme neste fundo pelos seus 26 anos de existência multiplicou seu investimento por 220x (23% ao ano). Mas como podem ver, por algumas vezes também viu seu patrimônio diminuir pela metade.
Fica a pergunta, você conseguiria ter surfado esta enorme onda de retornos compostos?
Meus sócios Jorge Augusto (Guto) Saab, CFA e Helio Kwon recentemente também escreveram textos interessantes sobre o tema.
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