Sobre eventos de cauda

Há poucos dias, assistimos com tristeza às consequências de uma precipitação terrivelmente atípica no litoral norte de São Paulo. De acordo com o instituto MetSul, o volume de chuva registrado em tão pouco tempo é o maior no Brasil desde 1947. Em São Sebastião e Bertioga, foram mais de 600 milímetros em apenas 24 horas. Esta marca não costuma ocorrer na esmagadora maioria dos locais do planeta e normalmente só é vista durante a passagem de ciclones tropicais.

Isto é o que se chama de evento de cauda. São eventos extremos, raros e imprevisíveis que se chamam de “cauda” porque representam a extremidade da distribuição de probabilidade de um alguma variável, neste caso o volume de precipitação.

Eventos de cauda acontecem com tudo. No mercado financeiro, isto seria relacionado aos retornos dos ativos.

Um exemplo de evento de cauda foi a crise financeira global de 2008, que resultou em uma queda de 50% no valor das ações do S&P 500. Outro exemplo é o “flash crash” de 2010, em que o índice Dow Jones caiu cerca de 1.000 pontos em alguns minutos.

Em março de 2020, início da pandemia, também vimos os ativos apresentarem retornos compatíveis com o extremo à esquerda das suas curvas de distribuição.

Esses eventos de cauda, naturalmente, são muito difíceis de prever e podem causar grandes prejuízos para investidores que possuam uma carteira de investimentos incompatível com suas características e/ou tolerância a risco. Tal qual uma casa em área vulnerável, uma carteira desajustada pode parecer segura nos “dias de sol”, porém extremamente perigosa nos momentos desfavoráveis.

O processo de entendimento de todos os aspectos relevantes dos clientes e construção da apropriada carteira de investimentos é um processo cuidadoso e enriquecedor.

Se quiser entender melhor como vemos e lidamos com isto, envie-nos um “whats” clicando aqui.

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