Em termos gerais, o conceito de singularidade se refere a um ponto, objeto ou evento em que as leis da física, como as conhecemos, deixam de se aplicar e se tornam imprevisíveis, devido a condições extremas como densidade infinita, curvatura infinita do espaço-tempo, temperatura infinita, entre outras.
Na teoria do Big Bang, o conceito da singularidade se dá no momento inicial do universo, quando toda a matéria, energia e espaço-tempo estavam concentrados em um ponto de densidade e temperatura infinitas, a partir do qual o universo começou a se expandir e evoluir.
Faz tempo que me interesso por temas como física quântica ou astrofísica, mas a minha capacidade de compreensão não me deixa ir além de perguntas e desfrutar de algumas curiosidades (como aprender que em Netuno literalmente chove diamantes). Imaginar que um ponto menor que a cabeça de um alfinete tinha toda a energia, matéria e densidade do universo está completamente fora do meu alcance.
Assistindo uma entrevista do Elon Musk há alguns anos, escutei ele usando este termo “singularidade” novamente, mas agora para se referir ao desenvolvimento da inteligência artificial. Na ocasião, me chamou atenção quando ele disse que o risco do desenvolvimento descontrolado da inteligência artificial era significativamente maior para a humanidade do que o risco de uma guerra entre potências nuclear. Desde então, passei a refletir sobre o tema e me atentar para os sinais.
A singularidade tecnológica é um ponto hipotético no futuro em que a inteligência artificial e outras tecnologias avançadas ultrapassariam a inteligência humana, levando a um desenvolvimento tecnológico exponencial que mudaria fundamentalmente a sociedade humana. Para os mais radicais, isso poderia levar a uma nova era da evolução em que a “vida” de silício dominará completamente a situação.
Imagine uma inteligência capaz de produzir uma Teoria da Relatividade por dia? É disso que possivelmente estamos falando. Agora imagine que esta inteligência esteja intrinsicamente ligada a quase tudo na nossa existência: sua mobilidade, sua saúde, a toda sua experiência online, a matriz energética de um país, os códigos nucleares etc. Certamente não será “só desligar da tomada” que tudo estará resolvido!
Por ser uma visão um tanto radical e (espero) improvável, sinto que o público em geral não está falando muito sobre isso. A preocupação parece estar totalmente direcionada a questões de produtividade e mudanças no mercado de trabalho, mas pouco sobre uma radical singularidade. No entanto, esta semana, numa carta aberta redigida e assinada pelos maiores investidores no campo de IA, filósofos e estudiosos de peso expressaram claramente suas preocupações com o tema.
No nosso mercado de Gestão de Patrimônio (Wealth Magement), já temos nos beneficiado de ferramentas que se utilizam de IA, com análise e compilação de dados que nos ajudam consideravelmente na tomada de decisão. Fica a pergunta que ainda não sabemos a resposta, o investidor futuramente vai confiar em um “robô” para fazer todo o planejamento financeiro da sua vida? Vai entrar em um chatbot para dividir suas dúvidas, medos e angústias financeiras? Tendemos a acreditar que não, uma vez que nossa profissão, por incrível que pareça, é muito mais humana do que exata.
Preparem-se, este tema roubará a pauta dos próximos anos!
Para não desanimar, termino aqui com um refresco de esperança. Se bem cuidada, esta tecnologia nos ajudará a ter um planeta mais limpo, mais justo, viveremos mais e teremos muito mais tempo para tarefas mais prazerosas. Aparentemente já começamos a agir no tema!