Aqui na Amazônia temos em comum uma paixão enorme pelo tênis, um esporte que nos acompanha pela vida e que de certa forma foi moldando nosso jeito de ser e agir. Também temos um hábito, às vezes exagerado, de buscar exemplos na vida para nos ajudar a sermos melhores investidores e conselheiros para nossos clientes.
Sou um jogador de tênis amador, daqueles fanáticos que treinam quase que diariamente e que tem raquetes e bolinhas espalhados pela casa e escritório. Participo de competições desde meus 8 anos de idade e continuo fazendo algumas boas batalhas por ai (para um senhor de 41 anos). Este último ano minha vida de jogador, no entanto, não tem sido fácil. São diversas derrotas seguidas, para jogadores melhores e piores. Motivos são vários: falhas na execução dos golpes, nervosismo, falta de coragem nos momentos importantes e, claro, mérito dos meus adversários.
Depois da última derrota dolorida, fui pedir conselhos para meu técnico Rafa Fontes. Ele me relembrou a história da Bia Haddad e de como o tênis é um esporte duro, em que você muitas vezes perde mais que ganha.
A Bia é profissional desde 2010 e passou a carreira enfrentando todo tipo de obstáculo e desafios. Foram anos jogando torneios menores, perdendo muito mais do que ganhando e longe das 100 melhores do ranking. Quando finalmente parecia engrenar, se lesionou algumas vezes, teve problemas com doping, falta de dinheiro, troca de treinadores etc.
Eis que em 2022 tudo muda. Para usar um termo tenístico, “girou alguma chavinha” na sua cabeça. De repente, ela se encaixou perfeitamente com seu time de treinadores e passou a ganhar jogos improváveis, um atrás do outro. Agora ela é top 20 do mundo e reconhecida mundo afora, com tudo para nos trazer muitas outras alegrias.
Acima eu descrevi rapidamente a carreira da Bia (12 anos até hoje) com muito mais tristezas e derrotas do que alegrias e vitórias nesse caminho. O que ela fez esse tempo todo? Provavelmente seguiu fazendo a mesma coisa todos os dias e semanas. Pois é. Treinando muito, se alimentando de forma saudável, dormindo bem e viajando uma semana atrás da outra para competir (e na maioria das vezes perder). O caminho foi duro, mas Bia perseverou.
Mas o que isso tem a ver com investimentos? Tudo! Principalmente no que diz respeito à disciplina e resiliência.
Quando fazemos um planejamento de investimentos para nossos clientes, traçamos uma estratégia que contempla décadas pela frente. Sempre dizemos a mesma coisa para eles: “não existe apenas uma forma de ganhar dinheiro no mercado e tampouco existe uma estratégia que vença o tempo todo.” É muito importante traçar um “plano de voo” cuidadoso e bem ajustado às suas necessidades e, depois disso, segui-lo à risca seja em épocas de ganhos ou perdas.
Os últimos 3 ou 4 anos, de forma geral, foram muito difíceis para os investidores. Época de juros reais negativos, pandemia, guerra e agora uma inflação generalizada. Foram pouquíssimos que ganharam dinheiro neste período e muitos tiveram perdas importantes. Este período testou como nunca a resiliência e disciplina dos investidores e nós, no papel de gestores de investimentos, tivemos muito trabalho para mantermos a tranquilidade dos nossos clientes e guiá-los na rota planejada.
Não temos dúvidas de que todos serão bem recompensados e, ao que parece, terão um grande alento já ao fim de 2022. Mas só vai conseguir colher esses bons frutos quem segurou firme no manche, não jogou tudo para cima ou deu “cavalo de pau” em suas estratégias.
E você, como navegou por esses mares revoltos?
Meus sócios Jorge Augusto (Guto) Saab, CFA e Helio Kwon recentemente também escreveram textos interessantes sobre o tema.
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